Minas Gerais: Dengue: Mortes em Minas se concentram no Triângulo Mineiro

O Triângulo Mineiro se tornou o epicentro do surto de dengue em Minas Gerais. Dados recentes da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) revelam que a região concentra 77,4% das mortes e quase metade dos casos confirmados da doença no estado. As cidades de Uberlândia e Uberaba, que decretaram situação de emergência, registram o maior número de vítimas.

Epicentro da doença

Até a última sexta-feira (4), Minas Gerais registrou 39.404 casos confirmados de dengue. Desses, 49% (19.199) foram notificados em cidades do Triângulo Mineiro. Além disso, das 31 mortes confirmadas, 24 ocorreram em municípios das macrorregiões de saúde Triângulo do Norte e Triângulo do Sul.

As prefeituras de Uberlândia e Uberaba, duas das maiores cidades da região, decretaram situação de emergência em saúde pública devido ao aumento expressivo no número de casos. Para efeito de comparação, Belo Horizonte, a capital do estado, ainda não confirmou nenhuma morte por dengue neste ano.

O que é a Dengue?

A dengue é uma arbovirose transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. O vírus possui quatro sorotipos diferentes (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4), todos capazes de causar a doença. Todas as faixas etárias são suscetíveis à dengue, mas idosos e pessoas com doenças crônicas correm maior risco de desenvolver complicações graves. É possível contrair dengue até quatro vezes ao longo da vida, uma para cada sorotipo do vírus.

Cuidados e prevenção

A prevenção da dengue se baseia principalmente na eliminação dos criadouros do mosquito Aedes aegypti, evitando o acúmulo de água parada. Além disso, existe a vacina contra a dengue, que é uma importante ferramenta de proteção.

Vacina

A vacina contra a dengue, especificamente a Qdenga, representa um avanço significativo na prevenção da doença. É uma vacina tetravalente, o que significa que protege contra os quatro sorotipos do vírus da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). Estudos demonstram que a Qdenga é eficaz na prevenção da dengue sintomática e, principalmente, na redução do risco de casos graves e hospitalizações. A vacina é indicada para pessoas de 4 a 60 anos de idade, independentemente de terem tido dengue anteriormente. No entanto, existem contraindicações importantes:

– Gestantes e lactantes não devem receber a vacina;

– Pessoas com imunodeficiência, como aquelas vivendo com HIV/AIDS ou em tratamento com imunossupressores, também têm contraindicação;

– Pessoas que tiveram alguma reação alérgica a algum componente da vacina.

O esquema completo consiste em duas doses, com um intervalo de três meses entre elas. A Qdenga está disponível em serviços de vacinação privados e, desde 2024, foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, em regiões prioritárias.

Por Lorena Marques